Quando decidi fazer a segunda edição de Rosa Imortal, procurei inovar em muitos sentidos, tentando valorizar ainda mais o artigo final. Assim sendo, vi que a nova edição pedia novidades em todos os sentidos. E pensei no profissionalismo e arte de Adriana Vargas para prefaciar minha segunda edição.
Adriana, achei realmente muito bom seu texto, obrigada!
Apreciem!
“Rosa Imortal adere ao que se poderia dizer – tema vampiresco de alto gabarito. Com nuances de suspense e política, Tâni Falabello desenha suas letras de forma simples, intima e contundente. A obra conta com mais uma operária das letras, estrelando com este excelente romance híbrido – investigação e sobrenatural – em uma época muitíssimo interessante que é a glória dos anos 60.
Ainda não atinei com os motivos que levaram Tâni e a Editora Literata a escolher-me para prefaciar seu livro. Admito a hipótese de que a deferência vise homenagear aos autores nacionais, pois sabiam que meus passos sempre estarão direcionados a este caminho, segurando tal bandeira como se fosse – não e tão somente um prêmio – e sim, o orgulho que sinto destes carpinteiros que me fazem sonhar. Ou, poderiam desconfiar de que sempre me interessei pelos curiosos casos relacionados a descobertas de um novo livro, e o prazer que isso me causa em regojizo. Certamente, suspeito que devem reconhecer em mim, tal proeza. Ou seria ainda pelo respeito demonstrado para com seus arroubos, pertinácia e feitos de mais uma autora que sou, determinada perante os maiores desafios?
Misto de bandeirantes de mares distantes e empreendedora sagaz, Tâni consegue transmitir às páginas de seu livro o entusiasmo e o gênio que se fazem necessários nas linhas que traçou, com conhecimento perspicaz do que diz, ambienta e salienta. Digo até, esta autora é ousada… Sim, ousada por saber se arriscar sem deixar confusa sua definição para sexo, sensualidade e sexualidade, pois isto me cansa os olhos quando leio tal tema na atualidade. E nesta obra, a autora sobe fazer diferente. Sem dizer ainda que nos trouxe até esta terra, a encantadora Londres, descrevendo a região como se esta a tivesse visto nascer lá, num berço legítimo a pinceladas de cores fortes e expressivas como um paisagista.
A outra faceta de seu caráter literário — seu empreendedorismo sagaz — ocupa o maior espaço do livro, obstinada a destacar a sua autodeterminação e busca de realização profissional em meio a aleivosias e complôs de todo tipo, levados a efeito por indivíduos invejosos e sem caráter em meio a política vigente da época e fortes doses de suspense e mensagens prestes a serem decodificadas aos olhos de um leitor curioso feito a mim, aprendiz mórbida, quase delirante por obras como Rosa Imortal.
O leitor dotado de observação sutil não deixará de perceber sua capacidade magistral de retratista da paisagem humana e social. Como a maior parte do livro transcorre durante o período dos anos 60, era de Aquarius, inúmeros foram os artifícios e estratagemas empregados pelas protagonistas para enganar seus inimigos que se refugiaram nas malhas deste período para eliminá-los.
Por mim, recebi com alegria o honroso convite desta inesquecível obra, certificando-me de que o sucesso virá após o término da última página, que fecha o livro com uma decodificação magistral da trama, onde caiu por terra todas as minhas suspeitas (equivocadas) quanto ao final que Tâni me reservava para esta leitura – Fantástico! – Apenas esta palavra define o desfecho.
Assim pude, antes do público leitor, maravilhar-me com o que aqui vai escrito.
Mergulhe no que conheci e saboreie lentamente cada palavra, assim, Rosa Imortal estará gravado, mesmo que de modo plasmático, em sua mente por muito e muito tempo.”
Adriana Vargas é escritora, autora de livros como “O oitavo pecado”, “O voo da estirpe” e “O segredo de Eva”. É também Coordenadora do Clube dos Novos Autores, Assessora Literária Modo, Agente e crítica Literária da Studio e Sollo editoriais.